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A história d’ O Carrasco de Hitler é revista em biografia lançada pela Editora Cultrix
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Descoberta de documentos ainda não publicados fornece novas informações sobre a vida pública e privada de Reinhard Heydrich, o segundo homem mais poderoso da perversa SS.
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Definido como O carrasco de Hitler pelo escritor alemão Thomas Mann, Reinhard Heydrich é personagem central do mais criminoso genocídio da história moderna: o Holocausto. Tal alcunha, como síntese, é representativa de sua crueldade, mas insuficiente para entendermos o papel desempenhado por Heydrich no Terceiro Reich e a complexidade de uma personalidade que, ao longo do século XX e XXI, foi objeto de romances, biografias e peça teatral de Bertold Brecht.
Em O Carrasco de Hitler - A Vida de Reinhard Heydrich, lançamento da Editora Cultrix, o historiador Robert Gerwarth mostra que, mais do que executor ou carrasco, Heydrich foi responsável por formular políticas adotadas pelo governo nazista, em particular nos territórios da recém invadida Tchecoslováquia, onde era governador do Protetorado da Boêmia e da Morávia. Heydrich é também responsável por encontrar e implantar uma “solução final para a questão judaica” juntamente com o seu superior, o Reichsführer SS Heinrich Himmler, o que resultou no assassinato sistemático e industrializado dos judeus na Europa a partir de 1942.
Segundo análise de Sir Ian Kershaw, autor de Hitler (considerada a melhor biografia sobre o führer já escrita até hoje), e um dos mais importantes historiadores da atualidade, a obra traz “Uma análise penetrante, decisiva, da personalidade implacável e da carreira criminosa do homem que dirigiu o Estado policial do Terceiro Reich e tornou-se uma força condutora no programa para exterminar os judeus da Europa.”
A ORIGEM DO HOLOCAUSTO
Nesse sentido, o livro permite compreender e conhecer as origens do Holocausto. Foi somente com o comando e a supervisão de Heydrich, a partir da criação da Polícia de Segurança, a Sipo e do Serviço de Segurança da SS (SD), sob a direção de Himmler, das investigações perpetradas pelo aparelho político-ideológico da Gestapo e do trabalho prático de campo implantado por Heydrich com as einsatzgruppen (forças-tarefa), que o Holocausto realmente teve início.
A história nada linear da vida política de Heydrich é contada no livro a partir de sua morte. “O açougueiro de Praga”, como era descrito pela população da nação invadida, foi morto na primavera de 1942. Sua morte foi inesperada, inclusive para a resistência Tcheca, que era contrária a ação por não estar preparada para enfrentar a reação alemã.
Os capítulos posteriores respondem à temporalidade dos fatos e retomam eventos históricos impactantes como a invasão da Polônia e da Tchecoslováquia e a fatídica Conferência de Wannsee em 20 de janeiro de 1942. O livro também visa desconstruir falsos mitos, como a origem da crueldade de Heydrich.
Historiadores renomados chegaram a afirmar que a crueldade singular de Heydrich devia-se ao fato de ele ter origem judaica. Em uma análise psicologizante, Joachin Fest, o conhecido biógrafo de Hitler, defendia que sua postura representava um antissemitismo de quem odiava a si mesmo. Para o historiador, Heydrich seria “um maníaco esquizofrênico impelido pela autoaversão, que quis provar seu valor e transformou-se num homem que parecia uma correia de chicote’, dirigindo o aparelho de terror nazista com “frieza luciferiana” de modo a alcançar a meta de se tornar o “sucessor de Hitler”.
Gerwarth discorda e questiona se tal personalidade não seria fruto da falta de credenciais nazistas de que ele dispunha. Sua conversão ao nazismo foi tardia – apesar de sua fé cega e incondicional ao regime – e sua vida militar era pouco promissora. Apenas na década de 1930, Heydrich ingressa no Partido Nazista, a partir de proximidade com Heinrich Himmler e indicação de sua esposa Lina, que já era uma nazista fervorosa muito antes dele.
A obra dispõe ainda de rica bibliografia sobre o tema, com fontes ainda não publicadas, como os arquivos encontrados no Escritório Central de Segurança do Reich.
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Sobre o autor
Robert Gerwarth é professor de história moderna e diretor do Centro de Estudos de Guerra da University College, Dublin. Foi educado em Berlin e Oxford e obteve bolsas de estudos em Princeton, Harvard, no Instituto Holandês de Documentação de Guerra (NIOD), e no Instituto de Estudos Avançados da University of Western Australia. Entre suas publicações, destaca-se o laureado The Bismark Myth (2005) e diversos artigos e antologias concentrados na história da violência política na Europa do século XX.
Sobre a Editora Cultrix
Fundada em 1956, a Editora Cultrix tem como objetivo lançar títulos voltados para a área de ciências sociais e humanas, especialmente literatura, linguística, sociologia, psicologia, administração e marketing. Hoje, figura entre as editoras que mais contribuem para o fortalecimento de uma cultura voltada à sustentabilidade.
A editora integra o Grupo Editorial Pensamento, nascido em 1907 e reconhecido pelo pioneirismo e inovação na seleção de temas e títulos para publicação.
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